Abordagem etnográfica - Filme XINGU "o encontro com o outro"
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE LETRAS
Etnografia
Discentes: Mirele Souza Urtiga; Isabelle Cristine Santos Vieira da Silva
Filme: Xingu
Ano: 2011
Diretor: Cao Hamburguer
CENAS (Marcação de tempo):
Cena 1:
No tempo de 11min e 11s, ocorre primeiro encontro dos exploradores com os
nativos, observa-se formas diferentes de comunicação, para ordenar o afastamento dos
homens brancos, os chamados índios tocaram tambores e soltaram fumaça, em contrapartida
os brancos utilizam suas armas de fogo contra o alto em sua defesa.
Cena 2: Encontro dos nativos com os exploradores.
No tempo de 12min e 58s, há um choque entre as duas culturas. Os exploradores ao navegarem pelo rio, esbarram com os ditos indígenas armados com arco e flecha, diferentes vestimentas e pinturas corporais. Ambos povos com seus receios, mas apesar da apresentação de uma língua desconhecida, ainda assim, foi possível uma comunicação entre eles. Estão de cara com comportamentos bem diferentes e se assustam, mas logo após conseguem uma aproximação e se desperta uma curiosidade nos índios. Há curiosidade sobre a arma, sobre a comida, sobre a barba, os acessórios e vestimentas, mas um completo estranhamento com a linguagem corporal, o abraço. Além disso, a recepção na aldeia foi calorosa e acolhedora.
Cena 3: Inicia-se a exploração das terras.
No tempo de 24min e 30s, ao utilizar machados e facões os exploradores surpreendem os nativos, por portarem ferramentas elaboradas para sondar as áreas. Das terras, o que gera um estranho entre os povos por utilizarem meios diferentes de caça e sobrevivência
Cena 4: Comunicação entre culturas.
No tempo de 24min e 50s, nesta cena um nativo explica sua língua local para o personagem Cláudio. Observa-se um rompimento do estranhamento entre os índios e os exploradores, visto que ambos buscam se comunicar e achar um denominador comum entre as línguas, para melhor conviverem.
Cena 5: “Não cobiçarás a mulher dos índios”
No tempo de 25min e 45s, na cena em questão os índios estão no rio e os brancos estão em pé, vestidos, olhando as mulheres de seios descobertos e Orlando diz “Não cobiçarás a mulher dos índios”. É importante destacar esta cena, pois não é natural para os brancos que a mulher tenha os peitos livres como os homens têm, causa um estranhamento e até um desejo sobre elas. Infelizmente, o diferente costume dos índios sobre as vestes atrai olhares dos homens brancos, especialmente sobre as mulheres.
Cena 6: Primeiro contato dos povos indígenas com o avião.
No tempo de 28min e 35s, em primeira instância ao avistarem o meio de transporte os nativos fogem e sentem medo, há então um estranhamento que caracteriza o choque entre as culturas distintas. Além disso, é comentado também sobre o uso do combustível que a princípio não existia nas terras indígenas. Posteriormente, os nativos são convidados a embarcarem no avião e compartilham da experiência dos exploradores. Assim, a cena é marcada por uma transmissão de conhecimentos de diferentes culturas.
Cena 7: Epidemia da gripe e medicamentos
No tempo de 30min e 44s, os índios começam a contrair a gripe e os brancos cuidam deles por meio de uma nova medicina. Está aí o primeiro contato dos índios com esse tipo de medicamento, mas infelizmente não sustenta a luta contra a epidemia e perdem uma boa parte de sua população. Após isso, eles conseguem dar início ao processo de medicação, um costume cultural pertencente aos homens brancos que nunca se fez necessário entre os índios, até a chegada dos exploradores.
Cena 8: Tradução de línguas.
No tempo de 37min e 38s, o personagem Cláudio é ajudado por um indígena à transmitir a informação sobre as intenções dos brancos com os remédios apresentados na aldeia. Observa-se assim o choque de culturas diante da dificuldade de comunicação, visto que é necessária a presença de um tradutor para conciliar duas línguas distintas.
Cena 9: Atritos com os brancos
No tempo de 39min e 48s, os trabalhos com os brancos eram de forma desumana, escravizavam os índios em troca de comida e, mesmo que trabalhassem, muitas vezes não recebiam sua alimentação. Essa cena cabe a um índio indignado com a forma de trabalho a que está exposto, dentro dessa conversa com Claudio, além da expressa revolta, o homem branco o conforta e entrega sua arma, apesar do índio estranhar e se surpreender com a diferente arma, aceita o presente. O homem branco o acolhe com sua família para o posto, mas há uma discussão sobre mistura de aldeias. Felizmente, prevalece a ideia de que o inimigo é um só: o branco.
Cena 10: Iniciam-se as discussões sobre os espaços de terras.
No tempo de 43min e 10s, os homens brancos apropriam-se das terras indígenas, mas para isso formulam ataques às tribos e matam diversos índios. Diante disso, os personagens Camilo, Leonardo e Orlando começam a discordar acerca do domínio do território indígena, visto que os colonizadores procuram se apossar das terras encontradas, causando turbulências na vivência dos nativos. Dessa forma, o choque de culturas se dá a partir do momento em que os homens brancos, ditos exploradores, superiores e desenvolvidos, banalizam os costumes indígenas.
Cena 11: O progresso não é bom, nem necessário
No tempo de 1h e 4min, iniciou-se uma invasão nas terras, uma nova produção, um novo funcionamento, expulsando os nativos de seus locais de direito. Os índios em reação, determinou um ataque. Após isso, teve a aprovação do parque do Xingu e consequentemente a comemoração dessa conquista. Diante de todo o filme, é evidente as diferenças culturais entre os brancos, com forte costume econômico de exploração e os índios, onde viviam da própria natureza, em suas próprias terras, sem a necessidade de extrair mais do que precisa.
PARTE SONORA:
Beto Villares, foi músico e compositor responsável pela trilha sonora de “Xingu”. Em busca de novos timbres e sonoridades, usou materiais e elementos do próprio meio ambiente das aldeias. Além disso, as canções contaram com sons das próprias aldeias, muitos deles tirados das gravações realizadas durantes as filmagens do longa, que dão forte evidência aos sentimentos transmitidos pelo filme.
Parabéns pelo trabalho! Adorei as observações que fizeram, destacaram pontos muito relevantes.
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